STF libera a pesquisa com células-tronco: vitória do laicismo sobre o atraso religioso
Ontem, 29/05/2008, o Supremo Tribunal Federal liberou a pesquisa com células-tronco embrionárias. Se você ainda não sabe o que são células-tronco embrionárias, está na hora de saber. Se você não sabe direito o que é o STF, basicamente é a mais alta instância do judiciário no país. Eles detêm o cargo de maior remuneração do poder público, precisam ser brasileiros natos, reputação ilibada, a indicação precisa ser feita pelo Presidente da República e aprovada por maioria absoluta (75%) dos senadores. Em bom português: eles são fodões. Possuem um conhecimento amplo e profundo sobre os mais diversos temas.
Pessoas esclarecidas e isentas como são, os ministros receberam as argumentações pró e contra a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias. Foram argumentações técnicas, científicas. Após análise, tendo em vista que o Brasil é um Estado laico e que há apenas argumentos de ordem moral e religiosa contra o uso, nossos sábios juízes (ou melhor, 6 dos 11) autorizaram as pesquisas.
Basicamente, é assim. Os cientistas querem usar embriões não fertilizados, ou seja, que não serão mais usados, para extrair células-tronco para fins de pesquisa. Estas pesquisas irão trazer novos remédios e tratamentos para inúmeras doenças hoje sem cura. A Igreja e outros grupos religiosos, acham que vale mais a pena os "filhos de deus" sofrerem e morrerem do que usar aqueles embriões que estão lá, congelados em laboratórios. O argumento? Para a Igreja, a vida começa na concepção. Mas afinal, quem inventou essa asneira? Por acaso a Igreja, aquela que matava quem dissesse que a Terra girava em torno do Sol? E, no demais, se um dia algum deus descer a Terra e disser que sim, a vida começava na concepção e cometemos milhares de assassinatos, façamos como a Igreja fez a respeito da Inquisição: falaremos que nossos antepassados eram atrasados, mas que não podemos responder pelos seus erros e tudo certo. Diremos que estamos arrependidos e pronto, estaremos perdoados.
Finalizo o texto com a palavra do excelentíssimo ministro, Marco Aurélio Mello:
“Desculpem-me a expressão, mas o destino de todos esses embriões seria o lixo sanitário. Dá-se-lhes, portanto, uma destinação nobre”, sustentou. “Não vejo qualquer ofensa à dignidade humana o uso de pré-embriões inviáveis ou congelados, que não teriam como destino senão um lamentável descarte”.
Placar final: 6 x 5. Chupem essa, religiosos mesquinhos. A ciência pró-vida venceu a ignorância pró-morte.
FONTE: http://duduziuz.blogspot.com/2008/05/stf-libera-pesquisa-com-clulas-tronco.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário