quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Onélio Decusati

HOJE FOI SUA PARTIDA!!! 18/12/2008 - PERDEMOS NOSSO VIZINHO SR "Onélio Decusati"

“Santo de casa também faz milagre”


As transformações e o avanço da Tanac ao longo de seis décadas têm lugar cativo na memória de Onélio Decusati. O jovem de 19 anos que deixou o serviço militar em Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina, em 1952, para conferir notas e atender telefone na indústria de taninos de Acácia em Montenegro construiu uma família e, hoje, orgulha-se do único filho, Otávio Decusati, atual diretor superintendente da fábrica.

É o próprio Onélio, recostado no sofá da casa onde mora com a esposa, Magda Guimarães Decusati, 72 anos, que diz se emocionar ao recordar dos tempos em que freqüentava diariamente a Tanac. A recém formada empresa – na época com quatro anos – colocou o nome dos Decusati na lista de colaboradores em 2 de maio, um dia depois do retorno de Onélio à cidade. Era um jovem cheio de saúde que tinha prestado serviço militar no 4o Grupo de Artilharia em Uruguaiana. "Às vezes tirava guarda em Paso de Los Libres, na fronteira", diz, para depois relembrar como entrou na fábrica. "Fiz uma carta escrita a mão, solicitando o possível ingresso na Tanac. Surgiu a oportunidade, nem esperava".

Funcionário dedicado, Onélio cuidava do estoque de mercadorias. Trabalhou na área de cobranças e pagamentos. Tinha acesso aos diretores à época, um deles Ernesto Popp, para quem levava cheques a serem assinados. Como esses setores foram desmembrados, Onélio se tornou o responsável pela folha de pagamento. "Fiz curso de legislação do trabalho e relações humanas", recorda. "Havia folha de pagamento semanal. Esses, depois de aprovados, passavam a quinzenal. Os mensalistas eram poucos, eram motoristas, chefes de seção. Isso lá nos anos 1960".

A Tanac que Onélio ajudou a prosperar chegou a empregar mais de 1.200 colaboradores na década de 1970. "Em cada turno tinha mais ou menos 78 homens. A produção chegava a 100 toneladas de tanino por dia. Hoje se produz mais, mas com equipamentos e menos pessoas", diz Onélio, que acompanhou grande parte da modernização da indústria.

A aposentadoria veio em 30 de outubro de 1986. "A pressão andava para cima e para baixo. Já tinha o filho como gerente florestal. Nunca me esqueço. Uns cinco anos depois, ele foi eleito diretor", orgulha-se Onélio, trocando uma palavra de um velho ditado popular, para salientar as raízes montenegrinas na indústria de taninos de Acácia. "Santo de casa também faz milagre. Me orgulho dele, que tem uma equipe muito boa e deu nova vida a Tanac. Ele é único, mas deu bom", sorri o aposentado.

Onélio se recorda do armazém, que funcionava onde hoje é o posto de saúde da empresa. "Tinha gêneros de primeira necessidade. Os preços eram reajustados uma vez por ano, só em janeiro. Com a inflação da época, representava um ganho para o trabalhador", elogia, lembrando de outros benefícios, como o restaurante. "Era muito bom. Vi empregados que choravam quando saiam da Tanac", recorda, negando que também tenha se emocionado. "Eu sai tranqüilo", sorri.

"Onélio Decusati trabalhou por 34 anos na empresa, hoje comandada pelo filho, Otávio Decusati"


FONTE: Ano 26 - edição 71 | Montenegro. Edição de terça-feira, 24 de junho de 2008.

Data Nascimento: 05/09/1932 (a confirmar)!!!