sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lembranças 1

Lembranças

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2008 16:32

Caro Mário

Mais algumas lembranças...

Em azul estão algumas contribuições da minha irmã Mirvânia, que por ser casada com um Bratkovski, ainda mantém vínculos em Butiá, e tem freqüentado a cidade por todos esses anos, enquanto eu estou fora há mais de 30 anos.

Um abraço

Ricardo

Ajuda-me a montar os nomes dos nossos amigos e colegas:

- Cristiane - Filha do Dr Imar Monteiro

>>>Lembro que Ymar era com “Y”, e que tinha uma filha. E sei que ele já faleceu.

Não sei a respeito dos filhos. Mas veja no orkut há a comunidade "Alunos do Dr. Imar Monteiro"


- Ângela - Filha do António da CASA NOVA

>>> Lembro da Casa Nova, mas não lembro os nomes. Ao lado tinha a alfaiataria do ... Petrixelli (falecido, e sua esposa também) e tinham dois filhos, Antônio (um dos meus maiores amigos, e único com quem briguei, e apanhei, ele era muito bom de socos), e sua irmã Deysi (que me ensinou a dançar)

Infelizmente, tanto a Ângela como o Antônio Petrixelli já faleceram.


- Arom

>>> Esse eu não lembro

Seria o filho do Sr. Nelo, morava ao lado da casa da Piratini? Não sei dele, mas não mora mais em Butiá.


- Juliano

>>> Juliano de Souza Javoski (acho), virou músico, tinha programa na Rádio Sobral (acho que era assim que se chamava)...

http://manocadocantogaucho.blogspot.com/2007/11/juliano-javoski.html

Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007

Juliano Javoski

Juliano Javoski é um dos mais antigos participantes de festivais do nosso estado , e também dos festivais da Argentina e outros por tudo América do Sul . Profundo conhecedor da cultura riograndense, e platina ,tem sua carreira musical firmada a mais de 20 anos , onde teve a oportunidade de conhecer pessoas como Noel Guarani , Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá . Traz suas referências músicas baseadas nas obras de Alfredo Zitarrosa, Los Chalchaleros , Atahualpa Yupanqui entre outros .


- Rogério - (a mãe tinha uma lojinha em frente a praça da Igreja Sta.Terezinha
- Mauro - Loirinho morava lá perto da Boate Maria bonita

>>> Esses não lembro.


- Eduardo - Demamann - Morava lá na saída da cidade

>>> Sim, filho do Ítalo Demaman, a mãe era professora, fazíamos reunião dançante na garagem dele. E tinha uma irmã. A casa ficava na rodovia BR 290, uns 200 metros do trevo que saia para o Leão. No trevo tinha o Posto de Gasolina do irmão do seu Ítalo (acho que se chamava Ivo Demaman) que tinha dois filhos, não lembro os nomes.

O Eduardo é irmão da Lorena, do João, da Suzana, outro menino da idade do Telmo e o Júnior, um bom gastroenterologista. Havia também a outra família, que tinha o Ricardo Demaman. Mora em Dourados - MS. Procura http://www.jipeclubedourados.com.br/associados.php que tem o endereço eletrônico e e-m. O Alexandre é o irmão dele.

O outro irmão é o Sr. Ilo, casado com a D.Eda, pai do Ilo Fernando (Piteco), do Luis Henrique (Sirique), da Itália e Eda Mariza.


- Paulinho - Demamann - filho do CORREIO - Tinha posto fundos da Igreja

>>> Meu amigão, filho adotivo do Sr Ruy Demaman, e primo dos Demaman da saída da cidade. Acho que casou com a filha da cabeleireira. Minhas irmãs sabem onde ele anda.

O Paulinho Demaman mora em Butiá mas não tem mais o posto, mas mora em Butiá.


- Paulinho - Lombard - Meu vizinho hoje é Advogado
- Fernando - Lombard - irmão do Paulinho - meu vizinho filho da Ivone e Airtom
- Beatriz - Lombard - irmã do Paulinho e Fernando - Mora na mesma casa até hoje

>>> Moravam em frente ao CTG Saudades do Pago (onde íamos jogar snooker, escondido). Um deles, acho que o Paulinho, quebrou o pé batendo na borda da piscina no clube Alvorada (acho), na BR 290, depois dos Ratos, à esquerda...Éram primos do Antônio Petrixelli.

Sim, o Paulinho Lombard é advogado, casou com a Mara Pacheco, filha do Sr. Cecílio Pacheco, separaram-se.


- Fernando - Ivanoé - Casa Nely

Está em Butiá mas não há mais a Casa Nely.


- Marion Kalata - filha do Mario Kalata
- José Carlos Kalata

>>> A família Kalata morava na Rua do Comércio, depois do depósito de bebidas dos Bratkovski. O Zé Kalata (que tocava guitarra e cantava) junto com o Antônio Petrixelli (que tocava baixo) e mais um negrinho que tocava bateria (muito bem) tinham um conjunto que se chamava inicialmente “Os Comanches”. Eles viajavam para tocar pelos bailecos da região (Beatles, Rolling Stones e Jovem Guarda, todos garotada então), e eu ia junto para ajudar a montar os equipamentos, aí ficava na mesa do conjunto, e sempre ganhava “umas minas”. Nunca toquei nada, mas era do conjunto.

A Marion mora com a família em Butiá. O José Cláudio Kalata casou com a Júlia, filha da Veneza (prima do Eduardo Demaman). A família mora em Butiá. Ele eu não sei onde está trabalhando.

- Ruth Regina de Paula - filha do Gerente do UNIBANCO - uma LOIRINHA
>>>Essa não lembro

- Rui - vinha do LEÃO para estudar - baixinho e cor de cuia

>>>Ruy Fernando Dalbem. A família plantava arroz, eram bem de vida. Ele tinha a língua pegada. Eu tinha uma amizade mais estreita com ele e uns primos dele do Leão. Fomos fazer algumas pescarias memoráveis de trairas pelos açudes da região. Um dos primos do Ruy casou pouco antes de mim, e fizemos uma despedida de solteiro em Porto Alegre para ele, onde depilamos todos os pelos dele (à força, é claro), e imagino o susto que a esposa teve no dia seguinte. Minha irmã do meio, a Renata, casou com um rapaz do Leão, anos mais tarde, chamado Roberto Limberger (já separados), e no casamento eu encontrei toda essa turma. Foi muito divertido.

O Ruy é que casou com a Izabel Cristina, filha da Zilah (minha cabeleireira quando morava em Butiá). Moram em Porto Alegre.


- Rui Teixeira - Falecido - Paiol explodiu
>>> Quando fui morar em Porto Alegre, morei na JUC (Juventude Universitária Católica), na esquina da Rua Luiz Afonso com a Rua da República, e o Ruy morava lá também. Fomos grandes amigos. Soube de sua morte no paiol. Seus restos mortais vieram pra sepultar em Butiá numa caixinha. Mas essa estória é nebulosa. Ele fazia treinamento na Amazônia. Alguém me comentou que a verdade era outra.

Irmão da Hebe, sobrinha da D. Eda.

- Jane do Engenho

Jane Novak - muito bonita, irmã do Léo Novak, filhos da Dona Nininha e do Seu Bubi. A Jane casou com o Prof. Pitinga, acho que se separaram.


- Elisabete do Engenho - filha da Dna Estefânia

Ana Elizabeth Moiseinchyk. Confira: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=N372304

- Maria da Graça - vinha do leão - era negra


- André de Oliveira - filho da Justa e Adão

>>>Esses não me lembro.


- António Petrechele - primo do Paulinho Lombard - morava na R do Comércio

>>> Já comentei sobre ele, e vou obter mais informações com minhas irmãs.


- Sónia Carvalho - filha da Vilma diretora Visconde de Mauá

>>> Meu objeto de desejo. Linda! Eu era apaixonado por ela, mas ela nunca me deu bola. E tinha a irmã Doris, mais linda ainda, mas mais velha. Tinha sido rainha do carnaval do São Jerônimo. Mantive amizade com as duas por alguns anos, depois que elas foram morar em Porto Alegre, eu freqüentava o apartamento delas. Depois perdi totalmente o contato.

Elas moravam numas casas da Copelmi, ao lada da escola, depois da casa dos professores, que ficava na esquina, e acho que era uma casa geminada, ou ao lada, da casa do Dr Carlos, um dos poucos médicos da cidade.


- Norbi - filho da Dna Lucila e Sr Oltávio

>>>Esse não lembro


- Margô - filha do Sr Teco

A Margô, filha do Teco foi minha colega de aula.

>>>Essa Margot eu não lembro, mas tinha a Margot Novak, um avião, porém mais velha. Sua família morava no fim da rua que descia da Rodoviária, depois de um campo de futebol (não aquele do lado do CTG), acho que tinham um comércio agrícola lá. A Margot já tinha mudado para POA, e um dia ela apareceu no Butiá e deu um show de dança num baile, nos tempos da discoteque. Ela apareceu com o professor de dança, disfarçada com uma peruca, e arrasou. Parou o baile.

Acho que é a Margot Novak Hoff, filha da Prof. Truda. Irmã da Sônia Hoff. A Margot morou em Londres bastante tempo, agora está em Butiá.

>>>E os bailes de chopp? E o hábito de tomar uma colher de óleo de soja antes de sair de casa para o baile, pra não ficar bêbado, e pra poder beber ainda mais? E as canchas de bolão que tinham do lado esquerdo do clube. O bar e as mesas de snooker ficavam entre o salão de baile e as canchas de bolão.


- Ilda Mara - Morava perto do Juca Kalata

Ilda Mara, filha da Dona Éria (irmã da D. Eda Demaman) é professora aposentada, mora em Butiá.


- Isabel Cristina - filha da Dna Zilá

>>>A Zilá não era a cabeleireira? Acho que a Isabel Cristina casou com o Paulinho Demaman, mas não tenho certeza. Elas não moravam perto da garagem do Expresso Xaxá, para onde foi a rodoviária nova?

Casou com o Rui Fernando, mora em POA.


- Dionézio vizinho do Paulinho Lombard - filho do Sr Pedrinho
- Ilka - irmã do Dionézio

>>>Esses não lembro


- Cladionor - morava na rua Dna Polônia

>>>Lembro dele vagamente. Sei que tinha muito contato com ele. Mas não consigo formar uma imagem clara...


- Lorijane - que comprou a INCICLOPEDIA PEON

>>>Essa não lembro


- Sergio - filho da Dna Cecília e Sr Bagunça

>>>Sr. Bagunça eu lembro, tinha uma oficina?

Paulo Sérgio e Carlos Alberto, esse mora em Butiá.


- Paulo Robeto - irmão do Séginho
- Ione Lucy
- Lena
>>>Esses não lembro

Eu tenho alguns fatos vê se tu LEMBRAS:

-- Quando eu estava no 1ª série Ginasial - eu te convidei: tu e o Juliano paa minha festa de aniversário - e - Dr Imar Monteiro me pegou falando no CORREDOR - e fomos para uma sala que ficava acima da nossa, o Professor Imar fez nós SEGURAR A PAREDE - e - eu chorei - e choro até hoje sou muito emocional!!!!
>>>Eu tava nessa? Não lembro do fato.


- Tinha uma festa na cidade - acho que era outubro dia das crianças - e - haveria uma competição de correr de bicicleta: na bateria saiu eu, tu e o outro eu não consigo lembrar quem era (que acabou desistindo pelo caminho) foste tu o Ganhador.. Lembras!!!!

>>>Essa eu lembro, sim dia das crianças. Eu preparei minha bicicleta, tirei os para lamas, botei uma coroa maior. Eu ganhei a bateria, e depois ganhei a final. Minha mãe tem essa medalha guardada. Lembro do trajeto, saíamos do lado da casa do Gerente do Banco do Brasil, próximo ao cinema, descíamos a rua que ia para o CTG até uma curva à esquerda, depois do campo de futebol, passando por um açude, pela Corsan e pela central telefônica da cidade, de novo à esquerda, até as oficinas da Copelmi (AA direita) e as casas dos Engenheiros da Copelmi (à esquerda), passávamos em frente à antiga usina termoelétrica (à direita), e terminávamos na praça, na rua que a corta em diagonal. Onde também eram os desfiles de Sete de Setembro. Onde eu tocava Bumbo na banda da escola. Num desses desfiles, passávamos tão perto do público, que certa vez, fazendo malabarismo com a baqueta (que era enorme e pesada), eu acertei a cabeça de um pessoa que assistia o desfile.


- Vê se lembra desta Ricardo - parece que foi segunda série ginasial, tu veio com os teus pelos PENUBIANOS numa caixinha, que havia cortado para mostrar para gente!!!!!
>>>Essa eu não lembrava. Mas é o máximo. Quando os pentelhos começaram a crescer eu lembro de ter ficado muito feliz.

>>>Lembras que meu apelido era “bigodinho”, porque uns pelos na região do bigode se manifestaram bem cedo.


--- Vê se bota a cabeça para trabalhar e te lembras de mais alguma coisa.
>>>Minha irmão mais velha, a Mirvânia, casou com o João Bratkovksi, que é dentista, e tem consultório na Rua Piratini. Sua mãe é Dona Alvacy (que era diretora da escola da Vila Julieta), esposa do Sr Luiz Bratkovski, dono de um depósito de bebidas na Rua do Comércio, depois da Casa Nova (à época, no fim do calçamento, sentido oposto à prefeitura, e ao lado onde tinha um comércio muito forte, chamado Casa Conquista, onde minha mãe trabalhou como balconista).

O Sr. Luiz Bratkovski é irmão do Sr. Marinho Bratkovski, que foi prefeito, e também tinha depósito de bebidas.

Eu morei seis meses no Egito. Em Fevereiro/2008, um mês antes de eu voltar, a Mirvânia e o João foram me visitar lá, e levaram minha mãe e Dna Alvacy. Um dia, depois de jantar com muito vinho (lá bebida alcoólica é proibida de ser consumida em público), nós declaramos meu apartamento como “O Consulado Geral do Butiá no Egito” e gravamos um clipe que está no Youtube, com a música “Calhambeque”, de Roberto Carlos. Nesse clipe (link abaixo) aparecem minha mãe (70), á minha direita e Dna Alvacy (74) à minha esquerda, como backing vocals (fazendo o “bibi”). Por traz aaprece o João, meu cunhado, que estava cuidando da cozinha. A Mirvânia não apareceu, porque estava filmando.

http://www.youtube.com/watch?v=dnp6d0Wsusg

>>>Logo depois da Casa Nova, tinha uma Rua estreita que dava acesso à Vila Julieta. Lá tinha um armazém que pertencia ao Sr. Guiomar. Ele tinha um filho mais velho, o Paulo e um mais novo, o José Luiz. Esse comércio cresceu sob a gestão do Paulo e se mudou para a Rua Piratini, próximo à Rua do Comércio, e virou Supermercado (não lembro o nome).

Rico: O irmão do Paulo era o Jorge Luiz, faleceu recentemente, teve um AVC. Nessa última eleição o Paulo Machado foi eleito vice-prefeito e o filho mais novo, vereador. O Sr. Guiomar e a D. Nilva estão firmes!

>>> E tinha o Sr. Astrogildo, enfermeiro, que morava na avenida de saída da cidade, próximo à rodoviária nova. A filha mais velha era a ... não lembro o nome ... que tinha alguma relação com a Casa Nova. A filha mais nova era a Renita, que casou com o Paulo, filho do Sr Guiomar, e o filho mais novo do Sr. Astrogildo se chama Romaldo (que herdou o oficio do pai, e o ponto também), que casou com uma moça muito bonita de Camaquã, prima dele, que também tinha outras duas irmãs, igualmente muito bonitas, a Rosemey e a Nereida (eu namorei ambas, mas uma de cada vez).

Continuando o obituário, ambos, Sr. Astrogildo e D. Netinha faleceram. A Renilda, filha mais velha, infelizmente também, de câncer na mama.

>>>Tinha também o dentista, Sr. Leindecker, na rua Piratini, próximo ao clube, que tinha dois cães enormes que cuidavam do consultório enquanto ele tirava uma soneca na cadeira. E a farmácia, perto do dentista, cuja família também era bem conhecida. Minhas irmãs mantém contato com eles, vou investigar.

No próximo capítulo: as galinhadas que fazíamos com galinha roubada (tinha que ser roubada), e as idas na zona, na Vila Julieta.


Abraços
Ricardo

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

CONSULTORIA - Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira

Agências de risco acumulam falhas, perdem credibilidade e levam sua parcela de culpa

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
23/10/08 - 11h17
InfoMoney

SÃO PAULO - A crise não abalou apenas a perspectiva para a economia global. Os mercados começaram a olhar diversas questões com outros olhos. Instituições antes inabaláveis mostram-se de joelhos e a credibilidade de outras passou a ser questionada. As agências de classificação de risco passaram de analistas a acusadas de parte na culpa pelo momento complicado dos mercados.


As avaliações de Moody's, Standard & Poors's e Fitch Ratings dão sinais de falhas significativas, e não apenas no episódio das hipotecas de alto risco. Na ocasião da quebra da gigante de energia norte-americana Enron, em 2001, o escândalo da manipulação dos balanços pela empresa já havia levantado suspeitas acerca dos ratings conferidos por estas agências.


Os sinais foram se acumulando e a credibilidade caindo. Com o estourar da atual crise no meio de 2007, as hipotecas de alto risco despontaram como ameaça à estabilidade econômica como um todo, mas nem por isso levaram a cortes significativos nos ratings de suas principais detentoras. Grande parte das financiadoras e companhias com grande exposição ao segmento ainda eram tidas entre as "AAA"s de Moody's e S&P.


Os reguladores do mercado internacional já manifestavam descontentamento com as avaliações das agências de risco. O Fórum Econômico Mundial de Davos deste ano colocou a tríade como alvo de duras críticas. Posteriormente, a União Européia clamou por medidas para limitar a atuação das classificadoras dos riscos. Angela Merkel chegou a sugerir a criação de uma agência européia de risco; um olhar alternativo ao do trio norte-americano.


"Uma história de erros colossais"

O avanço da crise foi devastando os mercados com a mesma força que derrubava as avaliações favoráveis das agências. As próprias reconheceram as falhas. Stephen Joynt, CEO (Chief Executive Officer) da Fitch, afirmou que "ficou claro que muitas opiniões não tiveram boa performance".


O reconhecimento do erro foi ao encontro de declarações pesadas de autoridades. Henry Waxman, do partido democrata norte-americano, afirmou que "a história das agências de risco é uma história de erros colossais".


Diante dos erros, os reguladores começaram a investigar a atuação das agências mais de perto e encontraram situações preocupantes. Interceptando a comunicação entre analistas da Standard & Poor's no meio deste ano, se depararam com uma frase em que diziam "vamos torcer para estarmos aposentados quando a casa vir abaixo".


Vendem a alma por remuneração

De falha, o mercado passou a associar as avaliações à "má fé". A quarta-feira (22) selou esta preocupação. Novamente interceptando uma comunicação via e-mail, agora entre empregados da Moody's, veio à tona a afirmação de que os ratings das agências de hipotecas os faziam parecer incompetentes, ou "vendem a alma por qualquer remuneração".


Uma conversa entre analistas da S&P também veio a público. Sobre um ativo lastreado em hipotecas analisado em maio de 2007, um empregado da agência iniciou a conversa citando que "a transação é ridícula", para qual outro funcionário afirmou que "o modelo empregado não captura nem metade dos riscos envolvidos". Com a resposta de que a melhor opção seria não dar uma classificação ao ativo, o mesmo funcionário afirmou que eles classificam qualquer transação, que pode ser estruturadas por 'vacas' e que, portanto, a agência iria classificar.


Os executivos já reconhecem erros e mostram-se abertos a buscar melhorarias em seus processos de análise. Mas após os últimos episódios, a necessidade do mercado é por transparência.


FONTE: http://web.infomoney.com.br//templates/news/view.asp?codigo=1411815&path=/investimentos/



Mercado procura os culpados, mas quem é o responsável pela devastação das bolsas?

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
24/10/08 - 21h30
InfoMoney

SÃO PAULO - É da natureza comum procurar culpados por qualquer situação de desconforto, e da natureza dos mercados também. A crise devasta as bolsas com o mesmo ímpeto que o investidor busca explicações para o insucesso de sua aplicação. Sem poderio frente ao tamanho da crise e na falta de respostas plausíveis, apenas buscam-se culpados.


A crise apareceu em agosto do ano passado, mas suas raízes parecem mais profundas. Estourou há um mês. Por ela desfilam nomes como Bernanke, Greenspan, Bush, Clinton, Fannie, Freddie, Morgan, Lehman, Paulson, entre tantos outros. São muitos os potenciais culpados.


Antes, todos queriam apontar, mas ninguém queria assumir o rótulo. Agora, resolveram dividi-lo. Tentando começar pela raiz, parâmetro nos Estados Unidos. Como tudo apareceu primeiro nas hipotecas, surge o primeiro indiciado. Como não perceberam que oferecer um "tsunami de crédito", poderia dar no que deu? Não perceberam ou não quiseram perceber?


Ironicamente, Bush parecia saber exatamente o que estava por vir quando assumiu. Trouxe para a cadeira do Federal Reserve senão o maior, um dos maiores especialistas do mundo em crises econômicas. Foi direto em Bernanke, indicação pessoal. Seu antecessor, Alan Greenspan, é tido como culpado por muitos. Sua parcela na culpa, assumida por ele mesmo, vem com a liberdade dada a mercados que mostraram, bem depois, não estarem maduros o suficiente para tê-la.


Não fica só nos Estados Unidos

Pois bem. Até aí, a culpa fica nos Estados Unidos, mas o mundo não condenou. A indisciplina da maior economia do mundo não comprometia; ainda mais, colaborava em boa parte dos ganhos, da demanda, da alta rentabilidade dos ativos, da liquidez proporcionada pelo investidor estrangeiro.


As rédeas frouxas que incluem Greenspan, Bush e até Clinton entre os culpados converteram-se em bolhas. Bolhas especulativas no mercado imobiliário e no mercado de commodities. A disparada do petróleo virou menor patamar de 16 meses, tudo em um intervalo de junho a outubro. A inversão da tendência remete à perspectiva de menor demanda, mas a rapidez da virada sugere capital especulativo.


Mercado todo na mira

As bolhas também incluem a raiz inicial do problema, o setor imobiliário norte-americano. Quem ignorou os riscos ao apostar nas hipotecas hoje paga caro por isso. As agências de classificação de risco, que deveriam apenas "não ignorar" este risco, falharam e reconheceram seu erro. Chegaram a relacionar casos de má fé, perderam credibilidade.


O investidor nãhttp://web.infomoney.com.br//templates/news/view.asp?codigo=1414587&path=/investimentos/#o fica de fora, óbvio. Comprou empresas, ou melhor, ações que nem sabia o ramo de atividade. Comprou ações, não empresas. Ignorou fundamentos, alterou seu planejamento inicial e, em alguns casos, foi contra seus próprios princípios. Olhou apenas potencial de valorização, nada além disso.


Não aponte

O mercado todo procura identificar os culpados pela crise, mas todo o mercado parece, de alguma forma, envolvido na trama. Como na célebre frase: "quando apontar com um dedo, se lembre que outros três dedos teus apontam para ti".



FONTE: http://web.infomoney.com.br//templates/news/view.asp?codigo=1414587&path=/investimentos/